Depois de um profundo processo de requalificação, aquela importante sala de espetáculos do Alto Minho reabre no dia 25 de abril, mantendo a traça arquitectónica original do edifício e retomando a atividade cultural em diversas áreas.
No
dia em que Portugal celebra a passagem do 39º aniversário da conquista da
democracia e liberdade, Monção reabre portas do Cine Teatro João Verde,
inaugurado a 11 de junho de 1949 e encerrado desde o dia 31 de dezembro de 1986.
A sessão solene está marcada para as 15h00.
Depois,
pelas 16h00 e 22h00, a Lisbon Film Orchestra apresenta “Um concerto, duas
paixões”, espetáculo dirigido pelo maestro Nuno de Sá com direção executiva de Francisco
Santiago, onde a paixão pela música e pelo cinema despertam os sentidos para
uma viagem ao imaginário da sétima arte.
Neste
espetáculo, a Lisbon Film Orchestra vai interpretar ao vivo algumas das bandas
sonoras mais galardoadas de obras cinematográficas como “O Padrinho”, “Missão
Impossível”, “Piratas das Caraíbas” ou “Mamma Mia”. O som da música é
acompanhado pela exibição de imagens dos respetivos filmes. A entrada é livre,
contudo, é necessário levantar o respetivo bilhete na Casa do Curro (T 251 653
215).
Requalificação em
duas fases
A
requalificação do Cine Teatro João Verde obedeceu a duas fases. A primeira,
adjudicada por 1.1 milhões de euros, incidiu no exterior do imóvel,
contemplando a consolidação dos paramentos e a execução de novas divisões,
coberturas e caixilharias. Englobou ainda o aumento da volumetria para receber
uma caixa de palco adequada aquele equipamento cultural.
A
segunda, cujos trabalhos foram entregues por 1.4 milhões de euros, compreendeu
diversas intervenções no interior (tectos, paredes e pavimentos) bem como
trabalhos relacionados com a rede de abastecimento de água e gás, segurança
contra incêndios, instalação de equipamentos elétricos, elevadores,
climatização, e rede estruturada de telecomunicações/informática.
Os
últimos trabalhos, avaliados em cerca de 400 mil euros, relacionaram-se com a
montagem do equipamento cénico. No total, a requalificação do Cine Teatro João
Verde representou um investimento próximo de 3 milhões de euros, tendo sido
apoiado, através de programas nacionais e comunitários, em cerca de 75 por
cento desse valor.
Além
da projeção de filmes, concertos musicais e apresentação de peças de teatro,
este equipamento multicultural, com uma capacidade total de 292 lugares
sentados, 8 para deficientes motores, receberá uma intensa atividade através da
realização de seminários, colóquios, encontros e exposições.
Além
do auditório, o rés-do-chão compreende o foyer com um bar, um balcão de
atendimento e sanitários públicos. No primeiro piso, poder-se-ão realizar
exposições, pequenos colóquios ou ações de formação. A sala de ensaio, uma área
destinada a oficina e os camarins situam-se na cave.
Para
o segundo piso, cuja intervenção decorrerá numa etapa posterior, 3ª fase, está
projetada a instalação de um café concerto dimensionado para a colocação de dez
mesas e quarenta cadeiras, um palco de apoio, bar, armazém e instalações
sanitárias.
Primeira abertura em
1949
O
Cine Teatro João Verde abriu portas a 11 de junho de 1949, tornando-se, desde
logo, numa das mais importantes salas de espetáculos do Alto Minho. Depois da
cerimónia de inauguração, foi exibido o filme “A canção de Scheherazade”, de
Walter Reisch.
No último dia de 1986, a sociedade
proprietária “Empreendimentos do Norte, Lda”, decide encerrar o edifício devido
à menor afluência motivada pela ascenção do vídeo e necessidade de maior
conforto dos espetadores. Para trás, ficaram quase quatro décadas de cinema,
teatro, música, dança, bailes e muitas recordações dos monçanenses.
Em
1998, primeiro ano do mandato do executivo liderado por José Emílio Moreira, a
autarquia adquire o imóvel por 350 mil euros, tendo a escritura de
transferência sido realizada no ano seguinte, aquando do pagamento da última
prestação aos anteriores proprietários.
Posteriormente,
procedeu-se à elaboração do estudo prévio e projeto de adaptação, recuperação e
redimensionamento espacial do edifício que, em todas as suas componentes,
compreendeu as orientações e exigências delineadas pelo Instituto Português de
Artes e Espetáculos.
Seguiu-se
todo o processo relacionado com a entrega de candidaturas, aprovação de
financiamentos comunitários e respetiva execução de ambas as fases. A primeira
virada para o exterior com ampliação para receber o palco. A segunda destinada
aos acabamentos interiores e montagem do equipamento cénico.
C.M.
C.M.
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