sábado, 20 de abril de 2013

REABERTURA DO CINE TEATRO JOÃO VERDE


Depois de um profundo processo de requalificação, aquela importante sala de espetáculos do Alto Minho reabre no dia 25 de abril, mantendo a traça arquitectónica original do edifício e retomando a atividade cultural em diversas áreas.

No dia em que Portugal celebra a passagem do 39º aniversário da conquista da democracia e liberdade, Monção reabre portas do Cine Teatro João Verde, inaugurado a 11 de junho de 1949 e encerrado desde o dia 31 de dezembro de 1986. A sessão solene está marcada para as 15h00.

Depois, pelas 16h00 e 22h00, a Lisbon Film Orchestra apresenta “Um concerto, duas paixões”, espetáculo dirigido pelo maestro Nuno de Sá com direção executiva de Francisco Santiago, onde a paixão pela música e pelo cinema despertam os sentidos para uma viagem ao imaginário da sétima arte.

Neste espetáculo, a Lisbon Film Orchestra vai interpretar ao vivo algumas das bandas sonoras mais galardoadas de obras cinematográficas como “O Padrinho”, “Missão Impossível”, “Piratas das Caraíbas” ou “Mamma Mia”. O som da música é acompanhado pela exibição de imagens dos respetivos filmes. A entrada é livre, contudo, é necessário levantar o respetivo bilhete na Casa do Curro (T 251 653 215).

Requalificação em duas fases

A requalificação do Cine Teatro João Verde obedeceu a duas fases. A primeira, adjudicada por 1.1 milhões de euros, incidiu no exterior do imóvel, contemplando a consolidação dos paramentos e a execução de novas divisões, coberturas e caixilharias. Englobou ainda o aumento da volumetria para receber uma caixa de palco adequada aquele equipamento cultural.

A segunda, cujos trabalhos foram entregues por 1.4 milhões de euros, compreendeu diversas intervenções no interior (tectos, paredes e pavimentos) bem como trabalhos relacionados com a rede de abastecimento de água e gás, segurança contra incêndios, instalação de equipamentos elétricos, elevadores, climatização, e rede estruturada de telecomunicações/informática.

Os últimos trabalhos, avaliados em cerca de 400 mil euros, relacionaram-se com a montagem do equipamento cénico. No total, a requalificação do Cine Teatro João Verde representou um investimento próximo de 3 milhões de euros, tendo sido apoiado, através de programas nacionais e comunitários, em cerca de 75 por cento desse valor.  

Além da projeção de filmes, concertos musicais e apresentação de peças de teatro, este equipamento multicultural, com uma capacidade total de 292 lugares sentados, 8 para deficientes motores, receberá uma intensa atividade através da realização de seminários, colóquios, encontros e exposições.

Além do auditório, o rés-do-chão compreende o foyer com um bar, um balcão de atendimento e sanitários públicos. No primeiro piso, poder-se-ão realizar exposições, pequenos colóquios ou ações de formação. A sala de ensaio, uma área destinada a oficina e os camarins situam-se na cave.

Para o segundo piso, cuja intervenção decorrerá numa etapa posterior, 3ª fase, está projetada a instalação de um café concerto dimensionado para a colocação de dez mesas e quarenta cadeiras, um palco de apoio, bar, armazém e instalações sanitárias.

Primeira abertura em 1949

O Cine Teatro João Verde abriu portas a 11 de junho de 1949, tornando-se, desde logo, numa das mais importantes salas de espetáculos do Alto Minho. Depois da cerimónia de inauguração, foi exibido o filme “A canção de Scheherazade”, de Walter Reisch.

No último dia de 1986, a sociedade proprietária “Empreendimentos do Norte, Lda”, decide encerrar o edifício devido à menor afluência motivada pela ascenção do vídeo e necessidade de maior conforto dos espetadores. Para trás, ficaram quase quatro décadas de cinema, teatro, música, dança, bailes e muitas recordações dos monçanenses.

Em 1998, primeiro ano do mandato do executivo liderado por José Emílio Moreira, a autarquia adquire o imóvel por 350 mil euros, tendo a escritura de transferência sido realizada no ano seguinte, aquando do pagamento da última prestação aos anteriores proprietários.

Posteriormente, procedeu-se à elaboração do estudo prévio e projeto de adaptação, recuperação e redimensionamento espacial do edifício que, em todas as suas componentes, compreendeu as orientações e exigências delineadas pelo Instituto Português de Artes e Espetáculos.

Seguiu-se todo o processo relacionado com a entrega de candidaturas, aprovação de financiamentos comunitários e respetiva execução de ambas as fases. A primeira virada para o exterior com ampliação para receber o palco. A segunda destinada aos acabamentos interiores e montagem do equipamento cénico.  

C.M.

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