sexta-feira, 30 de junho de 2023

“MONÇÃO DEIXA MARCA” EM LOS ANGELES

Filme “Monção Deixa Marca” distinguido no US International Awards, em Los Angeles, California, com medalha de prata, na categoria “Tourism Destination City” 

 

Depois da conquista do Japão com o prémio de melhor filme de turismo, no Japan World`s Tourism Film Festival, no passado dia 16 de março, o filme “Monção Deixa Marca” foi distinguido hoje, no US International Awards, em Los Angeles, California, com medalha de prata, na categoria “Tourism Destination City”

 

Este festival, com mais de meio século de existência, é um dos mais antigos e conceituados a nível mundial, fazendo parte do CIFFT – The International Committe of Tourism Film Festivals, certificado pela World Tourism Organization (UNWTO).

 

Apresentado no dia 24 de março de 2022, no Cine Teatro João Verde, o filme “Monção Deixa Marca”, criado, realizado e produzido pelo Cineasta Leonel Vieira, em parceria com a agência criativa “Marka Branka”, foi acolhido com extraordinária recetividade e múltiplos elogios pelo público e especialistas.

 

Antes da premiação no Japão, já havia sido distinguido, em abril de 2022, nos Prémios Lusófonos da Criatividade, na Categoria “Digital – Filme para Web” e, em outubro do mesmo ano, no Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival, onde recebeu prémios em três categorias: documentário curto, hospitalidades e lugares da história.


M.M.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Último fim-de-semana de “Agamémnon” no Minho


Chega ao fim a circulação minhota do espetáculo de teatro “Agamémnon”, coproduzido pelas companhias ‘Comédias do Minho’ e ‘Primeiros Sintomas’. As últimas apresentações da encenação de Bruno Bravo, no Alto Minho, acontecem no Centro Cultural de Paredes de Coura, nos dias 30 de junho e 1 de julho, às 22h. De 18 a 23 de julho, a tragédia grega será apresentada em Lisboa, no espaço dos Primeiros Sintomas.

 

Depois de passar por Monção e Valença, “Agamémnon” chega a Paredes de Coura. Em Monção, a sala do Cineteatro João Verde, com cerca de 300 lugares, atingiu 90% da sua capacidade na noite de estreia do espetáculo, no dia 3 de junho. Mas se Monção se mobilizou para ver a tragédia grega, Valença não ficou atrás. O espetáculo aconteceu ao ar livre, no dia 16 de junho, tendo a fortaleza de Valença e o túnel de acesso ao Baluarte do Faro como parte integrante do cenário. O desenho de luz foi adaptado ao espaço e impressionou os valencianos. A lotação esgotou por completo e algumas pessoas escolheram permanecer em pé para assistir ao espetáculo fora do recinto delimitado. Em apenas duas apresentações, contam-se mais de 500 espectadores. Espera-se que o público se mobilize da mesma forma para usufruir das últimas datas em Paredes de Coura.    

 

“Agamémnon” é a primeira peça da trilogia “Oresteia” e foi escrita por Ésquilo no século V a.C.. É a única trilogia conservada da época clássica e trata do regresso vitorioso do Rei Agamémnon à cidade grega de Argos, após a guerra de Troia.  O Coro, uma das principais personagens esquilianas, reúne-se, refletindo sobre a glória e lamentando os que pereceram em batalha. Mas o regresso do rei, após dez anos de ausência, preconiza um desfecho trágico.

 

Bruno Bravo, encenador e diretor artístico da companhia Primeiros Sintomas, não quis fazer uma reconstituição histórica de uma tragédia grega. Nesta coprodução com as Comédias do Minho trabalhou “a partir da tragédia grega”. Ao pensar sobre o Coro, Bruno Bravo decidiu que este teria de ser um verdadeiro signo de comunidade. E teria de ser diverso - composto não apenas por elementos masculinos ou anciãos, mas também por vozes jovens e femininas. Para tal, o Coro teria de ser integrado por pessoas provindas de todos os setores da sociedade. A coprodução com as Comédias do Minho, que desenvolvem um trabalho artístico com grande envolvimento das comunidades do Vale do Minho, não surgiu por acaso. Na circulação minhota, o Coro é composto por 33 atores não profissionais, de Monção, Valença e Paredes de Coura. Em palco, a comunidade interpreta o Coro lado a lado com o elenco de ambas as companhias: António Mortágua, Joana Campos, Mafalda Jara, Diogo Mazur (Primeiros Sintomas), Luís Filipe Silva e Sara Costa (Comédias do Minho).

 

Agamémnon regressa a Argos com a sua escrava e amante Cassandra. A cidade é governada por Clitemnestra, sua esposa. E é ela, em conjunto com Egisto, seu amante, que assassinará o marido, vingando a filha Ifigénia, morta em sacrifício pelo pai para acalmar o mar revolto quando as embarcações navegavam em direção a Troia.   

 

Sobre a narrativa, Bruno Bravo afirma: “neste espetáculo, a ação existe através da palavra, do texto, do discurso. É quase como um livro falado, suspenso no tempo.” E porque o espetáculo atribui este lugar central ao texto, como é característico no trabalho do encenador, a atenção dada à tradução foi enorme. Bruno Bravo convidou José Pedro Serra, Doutor em Cultura Clássica e especialista em Literatura Grega e Teatro Antigo, para traduzir a “Oresteia” diretamente do grego antigo.  

 

Magda Henriques, diretora artística das Comédias do Minho, a propósito da importância da palavra no espetáculo de Bruno Bravo, comenta: “Talvez seja, também, um espetáculo sobre o poder da contemplação e da atenção - a atenção como um gesto político.”

 

O texto ganha vida através da musicalidade que se atinge em cena. As palavras tornam-se partitura. Sérgio Delgado, que compõe a música e faz a sonoplastia de “Agamémnon”, também dirigiu o coro. Bravo e Delgado procuraram um ritmo, uma modulação da palavra, para que as frases ficassem no ouvido e proporcionassem uma experiência sonora ao público. O cenário impõe-se através de uma estética hiper-realista, criada por Stéphane Alberto. Cada elemento presente no espaço atinge uma função simbólica para a história. O desenho de luz é de Alexandre Costa.

 

“Agamémnon” é o primeiro momento de um projeto maior, “Oresteia”, que decorre ao longo de três anos e que resultará em três espetáculos. A trilogia de Ésquilo compõe-se por três livros – AgamémnonCoéforas e EuménidesCoéforas, o segundo momento deste projeto, acontecerá exclusivamente em Lisboa, em 2024. O culminar está previsto para 2025, num espetáculo que reúne os três livros. Terá apresentações no Minho e no grande auditório da Culturgest, em Lisboa.


C.dM.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

𝗣𝗢𝗥𝗧𝗨𝗚𝗔𝗟 𝗨𝗡𝗗𝗘𝗥𝗖𝗨𝗣 𝗠𝗢𝗡𝗖̧𝗔̃𝗢


A festa do futebol de formação está a chegar. Este fim de semana, Monção é “invadido” por milhar e meio de atletas, acompanhados pelos respetivos staffs técnicos, pertencentes a meia centena de clubes de Portugal, Espanha, França e Itália.

 

Este fim de semana, dias 23, 24 e 25 de junho, Monção é a capital do futebol de formação. Vamos receber perto de meia centena de clube de Portugal, Espanha, França e Itália, envolvendo milhar e meio de atletas, acompanhados pelos respetivos staffs técnicos.

 

Entre outros clubes, estão confirmados emblemas internacionais como Juventus, Marselha e Celta de Vigo, e nacionais como Benfica, Gil Vicente, Rio Ave, Marítimo e Nacional. A cerimónia de abertura realiza-se na sexta-feira, pelas 21h30, na Praça Deu-la-Deu. A bola começa a rolar, nesse dia, logo de manhã, prevendo-se a realização de 180 jogos durante todo o torneio.

 

Os jogos (Sub-10, Sub-11, Sub-12, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-18) tem apito inicial na manhã de sexta-feira, realizando-se em quatro palcos desportivos: Estádio Manuel Lima, Parque Desportivo das Caldas, Campo da Tomada, em Moreira, e Campo do Areal, em Messegães.


Além dos jogos de futebol de 7, 9 e 11, conforme o escalão, os jovens atletas e os staffs técnicos presentes no Portugal Undercup Monção vão usufruir de um programa complementar que engloba visitas a espaços culturais, visualização de filme, no Cine Teatro João Verde, e prática de natação, na piscina municipal descoberta.

 

A entrada para o evento completo tem o custo de 4,00 €, sendo gratuito para os menores de 12 anos e para os monçanenses, entre 12 e 18 anos, que apresentem cartão jovem municipal ou comprovativo de residência. Os bilhetes podem ser adquiridos nos recintos desportivos.


M.M.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

CIM Alto Minho e AXEGA promovem simulacro transfronteiriço para fortalecer cooperação em situações de emergência

Amanhã, dia 20 de junho, às 10h00 (portuguesas), terá lugar um exercício de simulacro transfronteiriço por incêndio florestal entre Monção e Alxen, em Salvaterra de Miño, na Galiza. Esta iniciativa, inserida no projeto "PROTEMPO - Proteção de Emergência Transfronteiriça dirigida à População da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal”, visa melhorar a cooperação entre as entidades responsáveis pela emergência e proteção civil.

 

Com a participação de profissionais de emergência da Galiza e do Norte de Portugal, este simulacro pretende envolver igualmente os municípios, empresários e a população residente nos dois lados da fronteira, proporcionando conselhos e estratégias eficazes de atuação e reforçando protocolos básicos e canais de comunicação direta para uma intervenção mais rápida e eficiente.

A finalidade deste exercício é testar os diferentes planos e procedimentos diante de um incêndio florestal transfronteiriço, que, neste caso, afetaria, além da massa florestal, uma residência e um veículo. A recriação de uma situação de emergência real permitirá, por um lado, enfatizar a conduta correta e, por outro, agilizar o processo de tomada de decisões.

 

Este exercício desempenha um papel crucial no empoderamento da população local, pretendendo fornecer-lhes orientações e diretrizes para salvaguardar a sua integridade pessoal, ao mesmo tempo que cooperam com as equipas de emergência. Para o presidente da CIM Alto Minho, Manoel Batista, o incremento da cooperação entre os serviços de emergência de ambos os países é uma prioridade para garantir a segurança e a proteção das pessoas, assim como para fortalecer a resposta conjunta em possíveis situações reais, especialmente em áreas sensíveis, onde a ação rápida e a colaboração são fundamentais.

 

O simulacro transfronteiriço procura também estreitar laços com as empresas locais para que conheçam as atuações dos serviços de emergência em situações que poderão afetá-las diretamente. 

Este evento é realizado no âmbito do projeto PROTEMPO, cofinanciado pelo Programa INTERREG VA Espanha Portugal 2014-2020, e conta com a participação da CIM Alto Minho e da AXEGA (Axencia Galega de Emerxencias) como parceiros. 

 

C.AM





quinta-feira, 15 de junho de 2023

“NO POUPAR ESTÁ O GANHO”: MONÇÃO PREMIADO A NIVEL NACIONAL



A turma T4A, da Escola Básica de Vale do Mouro, alcançou o 3º lugar, na categoria de 3º e 4º ano do 1º CEB dos estabelecimentos de ensino nacionais.

 

A turma T4A, da Escola Básica de Vale do Mouro, que usou música, perguntas e uma história animada para aprender mais sobre seguros ligados a eventos e acidentes pessoais, alcançou o 3.º lugar do concurso, na categoria de 3.º e 4.º ano do 1º CEB dos estabelecimentos de ensino nacionais.

 

A distinção, entregue na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, na presença da Vereadora da Educação, Daniela Fernandes, resulta de um projeto intitulado “O concerto da T4A”, sob orientação e coordenação da professora Marlene Lobato Pires. 

 

A T4A recebeu, ainda, o Prémio Especial Seguros, atribuído pela Associação Portuguesa de Seguradores ao melhor projeto sobre esta temática. No âmbito municipal, foi premiada com o melhor trabalho, juntamente com a turma do 10º Ano do Curso Técnico Comercial, da Escola Secundária de Monção.

 

O Concurso Final é o maior momento de competição interturmas do “No Poupar Está o Ganho”, projeto de educação financeira que, durante o ano letivo 2022/2023, envolveu 18 mil alunos, de 920 turmas de norte a sul do país, passando pelas ilhas.

 

O programa, criado pela Fundação Dr. António Cupertino de Miranda (Porto), conta já com 13 edições, tendo impactado mais de 60 mil alunos de 60 municípios. A cada ano letivo, as turmas e professores participantes têm acesso, através de uma plataforma digital, a todos os recursos pedagógicos necessários à implementação de atividades promotoras da literacia financeira.

 

O projeto “No Poupar Está o Ganho” pretende fomentar hábitos de poupança e uma relação saudável com o dinheiro, contribuindo para a formação de cidadãos e futuros consumidores mais conscientes e responsáveis.


M.M.

 

quarta-feira, 7 de junho de 2023

MARIA FONTAINHAS E LUCAS GUEDES “ACERTARAM” NO RECORDE NACIONAL


Na 6ª prova do Campeonato Nacional de Campo 2022/2023, realizada no Campo da Agros UCRL, em Vila do Conde, no passado domingo, a Subzone - Academia de Tiro com Arco alcançou um total de 9 medalhas individuais e 4 pódios por equipas.

Uma prestação extraordinária do clube monçanense que ganhou maior expressão com o record nacional conseguido pelos atletas Maria Fontainhas e Lucas Guedes, na categoria equipa mista de recurvos cadetes. Em conjunto, chegaram aos 1080 pontos, trazendo o recorde nacional para Monção.

 O resultado é revelador do empenho e competência dos jovens atletas monçanenses e, também, da qualidade formativa do clube. Sendo uma modalidade recente no concelho, a Subzone - Academia de Tiro Com Arco tem conquistado vários prémios, projetando o desporto monçanense no território nacional e internacional.


M.F.

sábado, 3 de junho de 2023

Bruno Bravo: “É a altura certa para uma tragédia grega”


“Agamémnon” é a primeira peça de “Oresteia”, única trilogia conservada da época clássica. Escrita por Ésquilo no século V a.c., trata do regresso vitorioso do Rei Agamémnon a Argos, cidade grega, após a guerra de Troia.  O Coro, uma das principais personagens esquilianas, reúne-se, refletindo sobre a glória e lamentando os que pereceram em batalha. Mas o regresso do rei, após dez anos de ausência, preconiza um desfecho trágico. 

 

Integrado nas comemorações do vigésimo aniversário das Comédias do Minho, “Agamémnon” estreia em Monção, no Cineteatro João Verde,  hoje, dia 3 de junho (21h30). É apresentado, depois, ao ar livre, na fortaleza de Valença, no dia 16 de junho (21h30) e no Centro Cultural de Paredes de Coura, nos dias 30 de junho e 1 de julho (22h).

 

Bruno Bravo, encenador do espetáculo e diretor artístico da companhia de teatro Primeiros Sintomas, tinha uma vontade antiga de encenar uma tragédia grega. Em coprodução com as Comédias do Minho, esse desejo tornou-se realidade. O elenco reflete a parceria, com interpretação de António Mortágua, Joana Campos, Mafalda Jara, Diogo Mazur (Primeiros Sintomas), Luís Filipe Silva e Sara Costa (Comédias do Minho). E, porque as Comédias do Minho trabalham em grande proximidade com as pessoas da comunidade, junta-se um Coro composto por 33 atores não profissionais, de Monção, Valença e Paredes de Coura.

 

Ao refletir sobre a origem do seu desejo, o encenador afirma: “A tragédia grega é muito importante. Deve ler-se o que chegou até nós. Apesar de parecer uma coisa estranha, estrangeira, porque é muito diferente do que se faz hoje em dia - quer pelo universo religioso evocado, quer pela forma teatral - , ao mesmo tempo, está-nos muitíssimo próxima! Pelos temas que trata, por tudo o que se fala sobre justiça, sobre poder, sobre sociedade, sobre a vida na cidade, sobre a condição do ser humano – a tragédia grega é riquíssima e trata de temas que são infinitos. E muito bem! Ésquilo é um dramaturgo absolutamente genial. Do meu ponto de vista, regressar a uma obra dramática e literária da tragédia grega é uma espécie de consolo, sobretudo num mundo tão distópico como estamos a viver agora - com uma guerra a acontecer, com inflação, com os extremismos, com todas estas inquietações. É como se tivesse o poder de devolver uma espécie de consolação ao pensamento sobre o ser humano. É um porto de abrigo. É a altura certa para uma tragédia grega.” 

 

Agamémnon (António Mortágua) regressa a Argos com a sua escrava e amante Cassandra (Mafalda Jara). A cidade é governada por Clitemnestra (Joana Campos), sua esposa. E é ela, em conjunto com Egisto (Luís Filipe Silva), seu amante, que assassinará o marido, vingando a filha Efigénia, morta em sacrifício pelo pai, para acalmar o mar revolto quando as embarcações navegavam em direção a Troia.   

 

Através desta corrente de sangue, que percorre também o segundo livro, reflete-se sobre uma ideia de justiça anterior à do estado de direito. É uma justiça de sangue, mediada pela vingança. O pai mata a filha, a mãe mata o marido e a corrente torna-se intemporal. Ou será a ‘justiça’ apenas um pretexto para influenciar o poder? À medida que avançamos nas obras da “Oresteia” e chegamos ao terceiro e último livro, “Euménides”, vemos surgir uma ideia de justiça mais imparcial e objetiva. É a primeira vez que há uma referência textual a esta ideia de justiça.

 

Se, por um lado, assistimos aos discursos e intrigas que acontecem no palácio, por outro, ouvimos a voz da Polis. O Coro é uma personagem fundamental nas tragédias esquilianas. Esta personagem coletiva representa os cidadãos, os que assistem impotentes aos atos dos governantes. A sua função é expressar a ira, a inquietação, a angústia e o lamento do povo. Ao pensar sobre o que seria este coro, no espetáculo, Bruno Bravo decidiu que teria de ser um verdadeiro signo da comunidade. E teria de ser diverso, não apenas masculino ou ancião, acolhendo também vozes femininas e mais novas. 

 

O Coro teria de ser composto por atores não profissionais, provindos transversalmente de todos os setores da sociedade. Seriam efetivamente os cidadãos a dar voz ao Coro. E se, no original, o Coro dançava e cantava, aqui está sentado e fala. Bruno Bravo não pretende fazer uma reconstituição histórica do que era uma tragédia grega. Trabalha a partir dela. Assim, “o grande movimento é o da força da palavra”. Através do ritmo e do trabalho sobre o texto, entoado a várias vozes, constrói-se um espaço poético, lírico, num trabalho de expressão sobre aquilo que é intemporal.

 

O encenador adianta: “Não há quase ação. A ação é a palavra. Os crimes acontecem fora de cena, no interior do palácio. São anunciados, não se veem. O espetáculo é quase como um livro falado, suspenso no tempo, onde há o gosto de ouvir as palavras.” E porque o espetáculo atribui este lugar central ao texto, como é característico no trabalho de Bruno Bravo, a atenção dada à tradução foi enorme. Bruno Bravo convidou José Pedro Serra, Doutor em Cultura Clássica e especialista em Literatura Grega e Teatro Antigo, para traduzir a “Oresteia” diretamente do grego antigo.   

  

O texto ganha vida, também, através da musicalidade que se atinge em cena. As palavras tornam-se partitura. Sérgio Delgado, que compõe a música e faz a sonoplastia de “Agamémnon”, também dirige o coro para que este proporcione uma experiência sonora ao público. Busca-se um ritmo, uma modulação da palavra, para que as frases fiquem no ouvido. O cenário impõe-se através de uma estética hiper-realista, criada por Stéphane Alberto. Se por um lado há um despojamento visível, por outro, cada elemento presente no espaço atinge uma função simbólica para a história. O desenho de luz é de Alexandre Costa. 

 

Magda Henriques, diretora artística das Comédias do Minho, a propósito da importância da palavra no espetáculo de Bruno Bravo, comenta: “Talvez seja, também, um espetáculo sobre o poder da contemplação e da atenção. A atenção como um gesto político. Sobre a possibilidade de nos desligarmos da velocidade e da distração dos dias e nos entregarmos inteiros. Com tempo. De um outro tempo. De um tempo suspenso. ”

 

De 18 a 23 de julho, o espetáculo desloca-se para o CAL – Centro de Artes de Lisboa, espaço dos Primeiros Sintomas. O elenco profissional mantém-se, mas junta-se a um coro constituído por pessoas da cidade de Lisboa.  

 

“Agamémnon” é o primeiro momento do projeto Oresteia, que decorre ao longo de três anos e que resultará em três espetáculos. A trilogia de Ésquilo compõe-se por três livros – Agamémnon, Coéforas e Euménides. Coéforas, o segundo momento deste projeto, acontecerá exclusivamente em Lisboa, em 2024. O culminar está previsto para 2025, num espetáculo que reúne os três livros. Terá apresentações no Minho e no grande auditório da Culturgest, em Lisboa.


CdM

XUTOS E PONTAPÉS NA FEIRA DO ALVARINHO DE MONÇÃO

Se estás com saudades da casinha, à espera de que algo único aconteça ou a desejar o que não tiveste, então prepara-te para o que aí vem!

Uma das maiores bandae portuguesae de rock vem a Monção, com muita Goldenergy, para fechar, com chave de ouro, três dias de convívio e animação entre os milhares de pessoas, de diferentes nacionalidades, esperados na Feira do Alvarinho de Monção, a Maior Wine Party de Portugal, entre 30 de junho e 2 de julho. 

 No último dia, 2 de julho, domingo, pelas 18h00, os eternos Xutos e Pontapés, ídolos de várias gerações de portugueses, pegam no leme e prometem encher o Parque das Caldas, transformado em Alvarinhódromo nestes dias, com os seus temas mais icónicos. Adivinha-se um coro gigantesco, formado por um público entusiasmado, e muitos brindes à nossa maneira.

 Com a presença dos Xutos e Pontapés na edição deste ano, Monção presta homenagem ao saudoso guitarrista da banda, Zé Pedro, falecido em novembro de 2017, que participou na edição de 2016. Desde a cabine de DJ, levou ao rubro milhares de pessoas. Músico de excelência e pessoa de trato fácil, deixou saudades e amigos na terra de Deu-la-Deu Martins. Por cá, muita gente recorda aquela noite memorável.

 Com as inscrições dos expositores encerradas, a organização última o programa de animação e trabalha na preparação do terreno para receber a montagem das respetivas estruturas. Com o objetivo de garantir mais espaços de lazer e assegurar maior fluidez do público, a edição deste ano apresenta algumas novidades que, a breve prazo, serão anunciadas.


M.M.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Exposição de pintura de Joana Antunes e de escultura de Fernando Barros na Casa Museu de Monção /UMinho

Está patente ao público na Sala de Exposições Temporárias da Casa Museu de Monção / Universidade do Minho a partir de 2 de junho e até 29 de julho a exposição que se intitula Territórios. 

Trata-se de uma exposição de pintura da artista Joana Antunes e de escultura de Fernando Barros. 

 

Sinopse: 

«A exposição patente intitulada de “Territórios”, vem congregar a pintura da Artista Joana Antunes com as obras do escultor Fernando Barros, num diálogo que pretende colocar o espetador no centro da disseminação das narrativas de cada um. Procurar levar o espetador parar lugares que não fazem parte da nossa cultura mental. Se por um lado, cada obra reflete a fuga de uma perspetiva materializada, por outro, elas também são reprodutoras de lugares, definidas pela fisionomia das obras e pela relação destas com espetador, formando fronteiras invisíveis e gerando comunidades. Cada tela ar e cada escultura terra, parecem ser as premissas ideais para a criação de um universo que é composto pela densidade pictórica das pinturas, onde a mancha se transforma na “voz” dos não representados que aqui são protagonistas, mas que também é habitado e constituído pelos seres originários da mãe natureza, que são as esculturas que compõem a paisagem e a geografia deste mundo onde as mitologias se cruzam e coabitam. 

O convite é mesmo esse. Viver a tensão entre a origem das obras, nunca renegando o seu passado e individualidade, e o presente, onde o coletivo é uma múltipla narrativa orgânica. 

Numa altura em que as visões eurocêntricas e patriarcas são cada vez mais questionadas e colocadas em questão, os motes desta exposição opõem-se a essas perspetivas, não porque as critica, mas porque não é representativa de um sistema colonialista feito de heróis.  

Se não podemos renegar o passado, também não podemos esquecer das pessoas que o construíram, nas melhores e piores circunstâncias. Assim, esperamos que esta exposição, não seja uma viagem, mas sim uma experiência coletiva num mundo que alberga toda a gente e todos se sentem representados. 

Bonioso, 2023». 


C.M./UM


 

Horário da Sala de Exposições Temporárias da Casa Museu de Monção / Universidade do Minho: 

De terça a sexta feira: das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00; 

sábado das 14h00 às 19h00; 

domingo, segunda feira e feriados: encerrada 

quinta-feira, 1 de junho de 2023

BIBLIOTECA LEVA MÁRIO AUGUSTO AO CINE TEATRO JOÃO VERDE

2 de junho, sexta-feira, pelas 21h30, no Cine Teatro João Verde. Entrada gratuita.

 Apresentação do livro “Mandem Saudades”

 Mário Augusto, jornalista de televisão desde 1986, autor e apresentador de vários programas de cinema, entre os quais, “Janela Indiscreta”, o mais antigo magazine televisivo dedicado à sétima arte, apresenta o livro “Mandem saudades, uma longínqua história de emigração”. Durante a sessão, será exibido o documentário “Portugueses no Havai”, o qual esteve na génese da criação do livro.

 Sinopse: “Sabia que o ukelele, o instrumento musical típico do Havai, é o cavaquinho alterado por madeirenses para ali emigrados? Ainda hoje, essa herança e muitas outras tradições, são acarinhadas por portugueses de terceira e quarta gerações que habitam aquelas ilhas. São descendentes dos cerca de 27 000 portugueses que, no final do século XIX e até 1913, fizeram uma longa rota de emigração para o meio do Pacífico”.

LONGOS VALES “LEVANTA O PAU” NO PRÓXIMO DOMINGO

Esta tradição, uma das mais castiças e peculiares do concelho, junta muitos curiosos no lugar do Mosteiro, assinalando o arranque das Festividades em Honra de S. João Baptista. Realiza-se este domingo, 4 de junho, com início às 15h00.

 

A Freguesia de Longos Vales, situada sensivelmente a seis quilómetros da sede do concelho, revive este domingo, 4 de junho, pelas 15h00, no lugar do Mosteiro, espaço central da localidade, uma das tradições mais castiças do concelho: o levantamento do pau.

Esta iniciativa secular, muito acarinhada e participada pela população local, assinala o arranque das Festividades em Honra de S. João Baptista, cujo ponto alto é no dia 24 de junho, constando do levantamento de um pau de eucalipto com uma altura variável entre 30 e 40 metros.

Para tal, os elementos da comissão, entre quatro a seis pessoas, retiram o pau de uma carrinha de caixa aberta e, com a ajuda de quatro cordas entrelaçadas e muitos populares, procedem à sua colocação vertical num trabalho de equipa, onde é necessário habilidade, força e estratégia coletiva.

A rivalidade entre comissões, que representam os lugares da freguesia, é bastante grande, havendo sempre a curiosidade em saber-se qual o comprimento do pau e como correu o respetivo “enterramento”. Não há registo de “acidentes”, mas sustos e peripécias não faltaram ao longo destes anos.

Retomada no ano passado, após dois anos em "ponto morto", esta tradição encaminha muitas pessoas para o lugar do Mosteiro que aproveitam o nome para lançar algumas “farpas” e animar algumas conversas mais ousadas. No fundo, conta o convívio e a animação numa tarde marcada pela diferença e originalidade. Com animação a cargo do grupo de bombos da freguesia, segue-se a arrematação de ofertas.

Como Longos Vales é uma freguesia com forte emigração, em agosto é habitual realizar-se um arraial minhoto, recuperando, de alguma forma, a essência da festa que decorre este domingo. A última tarefa da comissão está marcada para 31 de dezembro, dia em que o pau é deitado abaixo e cortado, entrando ao serviço, no dia seguinte, uma nova comissão.


M.M.