quinta-feira, 28 de abril de 2016

ÁREA ENVOLVENTE DA ANTIGA ESTAÇÃO DA CP PELA OPÇÃO A - A PENSAR NO FUTURO - CONTRA O CONSERVADORISMO


Primeiro, se assim se pode chamar, uma declaração de interesses. Sou monçanense de gema há mais de cinco décadas, tantos quantos os da minha existência.


Vivo com intensidade, há muitos anos, esta terra. Entre eles, os últimos 33, tantos aqueles que também decorrem da minha atividade profissional, como jornalista, em terras do Alto Minho. Em que Monção ocupa lugar prioritário. Em que faço questão, seja onde for, que todos saibam que sou de Monção. Sinto grande orgulho e emoção nisso – sem deixar de ser racional, penso.

Por outro lado, não pertenço a nenhum grupo de interesses – empresarial, financeiro, político, artístico, saudosístico ou de intelectuais de tasco - que, por via disso, possa defender isto ou aquilo para a terra que também é minha.

Chegados aqui, vou então, dizer, o que penso – até porque, mas não só, fui desafiado a fazê-lo - sobre esta questão da intervenção visando a requalificação, mais do que desejada e urgente, da AVENIDA D. AFONSO III - ÁREA ENVOLVENTE DA ANTIGA ESTAÇÃO DA CP. E saudar, também, a iniciativa da autarquia! Por querer auscultar todos os monçanenses que se queiram pronunciaram sobre a matéria e, já agora, por ter a iniciativa de incumbir arquitetos e outros técnicos, todos da autarquia local, para apresentarem as soluções urbanísticas em equação.

Do que vi no Cine-Teatro João Verde e, depois, no Portal do Município, defendo, sem margem para dúvida, a PROPOSTA A. Pelas mais diversas razões – é A QUE TEM MAIS VISÃO DE FUTURO E, SIMULTANEAMENTE, MAIS SE UFANA DO SEU PASSADO HISTÓRICO. Pensa a zona como porta de entrada no centro histórico (nomeadamente de muitos galegos que, cada vez mais, se vêem em Monção), dá muito ênfase à muralha e à história, património, beleza e potencial turístico que ela tem. Assim como, noutro plano, o edifício da antiga estação da CP, em boa hora a ser reabilitado.
E, pelo que percebi, o desiderato é também mostrar, também, a muralha da “ilha” (também ela merece ser mostrada, com todo o potencial que isso representa) e não manter as casas degradadas que, junto a ela, se situam!

Além disso, facilita mais o escoamento do trânsito, a sua fluidez e segurança, numa zona com grande potencial de aumento do mesmo. E isso não pode ser descurado, assim como o de garantir o estacionamento, sabendo-se como ele não abunda no centro histórico. A Proposta A evidencia claramente isso.

Já agora, por que não colocar, ao fundo, após a estação e junto à antiga ponte do comboio, uma antiga locomotiva, desejavelmente de há 100 anos, quando o comboio chegou a Monção?!
Entretanto, a PROPOSTA B AFIGURA-SE-ME MOLDADA A MENTES MAIS CONSERVADORAS.. Além de não facilitar, como sucede com a A, o mesmo nível de fluidez do trânsito e o estacionamento, esconde a muralha de que todos nos devemos orgulhar.

O antigo armazém, por muito esforço que se faça, não tem valor patrimonial e, muito menos, paisagístico. Bem pelo contrário, a bem da verdade. Não sei que utilidade terá a esconder a muralha, a prejudicar a fluidez do trânsito numa zona vital e, possivelmente, rodeado de carros e fumos de escapes!... Nem que mais-valia terá para Monção aquilo como local de exposição ou de mais um estabelecimento de restauração para concessionar…. De certeza, mais despesas para os cofres do município. Como se o dinheiro abundasse!

Manuel Sotomaior (opinião)






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