Custou
mas foi. A Coca deu luta mas S. Jorge desferiu golpes fatais e ganhou o
combate. Milhares de pessoas aplaudiram o desfecho final. Afinal de contas, vai
haver muito e bom Alvarinho para todos. Antes teve lugar a Eucarístia e a
Procissão Solene do Corpo de Deus com a presença de todas as cruzes e pendões das
paróquias que formam o Arciprestado de Monção. Um momento revelador de
recolhimento e devoção da população local. Quem acompanhou o percurso e quem
presenciou nos passeios e varandas do centro histórico.
Meter
a lança nas goelas do dragão foi fácil. Cortar a orelha com a espada nem por
isso. S. Jorge, montado num cavalo de raça lusitana chamado Oeste, precisou de
13 minutos para derrotar a Coca. Sem dúvida, um dos combates mais disputados
dos últimos anos com grande moldura humana a encher o anfiteatro do Souto.
Como
diz a tradição, vamos ter um ano com muito e bom vinho Alvarinho nas adegas e
mesas. Com a ajuda do cavaleiro, aproximam-se colheitas favoráveis. Agora basta
tratar do vinhedo convenientemente com o sulfato em dose equilibrada e a vindima
no tempo certo. Caso para dizer, toca a trabalhar porque vamos ter um vinho de
estalo.
Os
monçanenses saíram do combate bastante satisfeitos. Via-se no olhar, no
sorriso, no caminhar despreocupado, no contacto com vencedor e vencida e nos
comportamentos de contida alegria. Até o governador da praça, Augusto de
Oliveira Domingues, muito felicitado pelos colegas e público, deixava escapar
sorrisinhos de satisfação.
Aos
escribas, realçou a importância do combate regressar ao feriado de Corpo de
Deus e lembrou a revitalização económica do burgo associada às festividades:
“Monção encheu-se de gente e a tradição foi mantida num combate difícil para S.
Jorge porque a Coca deu bastante luta. Ganhou o bem. Estamos contentes. Foi um
bom torneio com um resultado justo”.
Também
Paulo Barros, S. Jorge pela segunda vez, denotava alegria com a segunda vitória
consecutiva sobre o dragão. Disse: “estava receoso e até passei duas noites em
que praticamente não dormi mas acabei por fazer um bom combate e vencer a Coca.
Custou mais que o ano passado, contudo, penso que controlei bem o Oeste, algo
nervoso, e estivemos ambos bem”.
Antes
de medirem forças no anfiteatro do Souto, tanto o cavaleiro do reino como o
dragão verde, empurrado por quatro valentes e mais um nas entranhas para lhe
movimentar a cabeça, tiveram a oportunidade de assistir a um espetáculo
teatralizado em plena arena do combate. Por esta altura, já o anfiteatro
fervilhava de gente.
Bem
conseguido e muito aplaudido, o espetáculo “São Jorge e o Dragão” contou com a
participação de diversas associações do concelho e alguns adultos e crianças
que se quiseram associar à iniciativa. Com encenação de José Ramalho, do Teatro
Figura, marcaram presença o Grupo de Bombos de Pias, bandas musicais de Monção
e Tangil, Grupo de Dança “All Styles”, Associação de Jovens de Trute e
Filarmónica Milagrense.
Uma
novidade com nota positiva a merecer repetição, com estes ou outros
protagonistas, em próximas edições. Além do aspeto teatral, que implicou
diversos ensaios, houve a necessidade de construção de múltiplos adereços, o
que releva o trabalho efetuado pelas pessoas envolvidas no projeto.
Como
é habitual, antes do combate entre as forças do bem e do mal teve lugar a
Eucarístia e a Procissão Solene do Corpo de Deus com a presença de todas as
cruzes e pendões das paróquias que formam o Arciprestado de Monção. Um momento
revelador de recolhimento e devoção da população local.
Quem acompanhou o
percurso e quem presenciou nos passeios e varandas do centro histórico. A
chegada da procissão com as bandas e o sino da Matriz em uníssono e a presença
de todas as cruzes no altar voltaram a ser momentos marcantes desta festividade
que começou na quarta-feira à noite e termina no domingo com o Cortejo
Etnográfico das Freguesias.C. M.
Sem comentários:
Enviar um comentário