A distinção destas estruturas seculares como Património de Interesse Nacional,
processo encabeçado pelo Agrupamento Europeu de Cooperação
Territorial (AECT) Rio Minho, encontra-se em fase de ultimação.
A
pesca da lampreia na zona das pesqueiras, construções de pedra nas margens do
rio Minho, inicia-se no dia 15 de fevereiro, prolongando-se até 21 de maio.
Neste período, centenas de pescadores entre Lapela, em Monção, e o concelho de
Melgaço, vão “atirar-se” ao rio para a apanha deste afamado ciclóstomo.
Por
força do Regulamento de Pesca no Troço Internacional do Rio Minho, o uso do colete de salvação é obrigatório. Uma medida aprovada
pela Comissão Internacional de Limites entre Portugal e Espanha que visa
transmitir mais segurança e proteção aos pescadores.
Mais
batidas e esguias, as lampreias apanhadas com utilização das redes colocadas
nas pesqueiras são, regra geral, mais rígidas e saborosas. Tal deve-se à perda
de gordura na exaustiva “viagem” entre a foz do rio Minho e a zona das
pesqueiras.
Desde
15 de janeiro até 15 de abril, decorre a iniciativa “Lampreia do Rio Minho – Um
Prato de Excelência”, partilhada pelos seis concelhos do Vale do Minho. No caso
de Monção, participam 17 restaurantes localizados no centro histórico da
localidade e em várias freguesias do concelho.
Nos dias 29 de fevereiro e 1 de março, o
Município de Monção, em colaboração com várias entidades, promove o
fim-de-semana gastronómico dedicado à Lampreia do Rio Minho. O objetivo é
divulgar este prato singular com tradição no concelho e dinamizar
o setor hoteleiro em época baixa.
Pesqueiras do Rio Minho
As pesqueiras do Rio
Minho, habilidosos sistemas de muros em pedra construídos a partir das margens,
constituem um legado histórico de construções populares que testemunham a
destreza, o engenho e a arte da pesca fluvial artesanal.
Hoje, como ontem, os seus
proprietários ou arrendatários utilizam-nas, frequentemente, na captura do
peixe do rio Minho através de engenhosas armadilhas como o botirão e cabaceira.
Uma atividade com centenas de seguidores que ajuda a preservar esta arte de
pesca milenar.
As primeiras referências escritas às pesqueiras do Rio Minho datam do século XI, aparecendo em documentos relativos às doações a mosteiros da Ribeira do Minho, sendo possível, a partir daqui, traçar o rumo da sua evolução, quer ao nível da propriedade e gestão, quer ao nível do processo de construção.
Dados
recentes da Capitania de Caminha, referem que estão registadas 656 pesqueiras na margem portuguesa, das quais 161 estão
licenciadas para a pesca. A distinção destas estruturas seculares como
Património de Interesse Nacional, processo encabeçado
pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio
Minho, encontra-se em fase de ultimação.
C.M.
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