quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

IGOR GANDRA CONDUZ AS COMÉDIAS DO MINHO E O TEATRO DE FERRO NUMA ODISSEIA PELO VALE DO MINHO

Desde amanhã, 29 de fevereiro, a 7 de abril, “Quimeras e Odisseias” estará em itinerância pelos concelhos de Paredes de Coura (29 de fevereiro a 3 de março), Vila Nova de Cerveira (6 a 9 de março), Melgaço (14 a 17 de março), Monção(21 a 24 de março) e Valença (4 a 7 de abril). Nesta nova criação, que marca o reencontro entre as Comédias do Minho e o Teatro de Ferro, o encenador Igor Gandra propõe uma experiência que cruza os universos do teatro, do cinema e da literatura.

 
Partindo de um dispositivo de filmagem e projeção em tempo real, estas “Quimeras e Odisseias” convidam o público para uma jornada que oscila entre o estranho e o familiar. Esta quimera, ou esta odisseia, é feita de livros, vozes, corpos, câmaras, projetores, pequenos cenários e figuras animadas, mas sobretudo de muita imaginação – essa arte antiga e sempre nova de criar imagens.

 

Igor Gandra, encenador do espetáculo e diretor artístico do Teatro de Ferro, descreve o que acontece em palco: “É um espetáculo em que utilizamos uma série de maquetes de pequenos espaços, que são filmados e projetados em tempo real. E é aí que a ação acontece – em convívio com quatro histórias que são contadas pelos atores das Comédias do Minho. São quatro pessoas que viajam num comboio cujo destino não conhecemos. Viajam sozinhas e cada uma delas traz um livro que está a ler. São passageiros de uma viagem, ou de uma espécie de odisseia, que é também a odisseia da descoberta de outros mundos a partir da leitura e da criação de imagens.”

 

As quatro histórias contadas neste espetáculo levam-nos aos universos literários de J. G. Ballard, Manuel Raposo, Homero e Jorge Luís Borges. A dramaturgia é assumida pelo coletivo e interpretada por Cheila Pereira, Luís Filipe Silva, Rui Mendonça e Sara Costa.

 

Igor Gandra explicita a opção de colocar histórias e autores tão diversos em justaposição: “A expectativa de um mundo novo e exótico, o grande mistério do Outro ou os projetos coloniais, passados e presentes, são linhas que unem estes textos tão distintos.” 

 

As maquetes que compõem a cenografia foram idealizadas por Eduardo Mendes e Igor Gandra. Existem como um dispositivo exposto em palco - pronto para ser operado, manipulado e filmado pelos atores. Da realização, coreografada em tempo real, resultam as imagens projetadas na tela. O trabalho videográfico ficou a cargo de LoTA Gandra. A sonoplastia do Teatro de Ferro e o desenho de luz de Vasco Ferreira foram pensados para potenciar a experiência imersiva do espectador 

 

Igor Gandra remata dizendo que “aos poucos vamos descobrindo que estamos a viajar juntos – estamos todos a bordo. Afinal somos todos criaturas extraordinárias, não somos?”.


C.de M.


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