Há já algum tempo que não se realiza qualquer cerimónia religiosa, nomeadamente a missa dominical, no Santuário dos Milagres, na Paróquia de Cambeses. O pároco, José Cândido Marques, fez, no Cartório Notarial de Monção, uma escritura em como o templo pertencesse à Diocese. A Comissão de Culto e a comunidade local de fiéis não concorda com esta atitude isolada do sacerdote que nunca foi popular, apesar dos largos anos que leva de Pároco. Vai daí e, com apoio de um causídico, embarga o registo. A questão segue, agora, os trâmites legais até a decisão dos tribunais. Até lá, a missa, ou melhor, a pena está suspensa!
Vai daí, o padre deixou de aparecer para celebrar missa, ao que nos disseram. Uma “vingançazinha”?!... A 15 de Janeiro, nas festas mais concorridas do lugar, em honra de Santo Amaro, foi o povo que “improvisou” as celebrações religiosas. Algo de que não há memória no lugar, mesmo entre os de idade mais avançada. Guerras pela posse de bens materiais por parte daqueles que, sendo porta-vozes da mensagem divina, deviam dar o exemplo!
A Igreja reclama a posse da Santuário, mas a generalidade dos milagrenses defendem que a construção e o respectivo recheio, que alegam ser um "tesouro" rico em arte sacra, lhes pertence por doação. Em 2004, o Santuário celebrou 400 anos, com celebrações cuja dinamização esteve a cargo de naturais da freguesia, alguns deles a viver noutras paragens, como é o caso do incansável Ernesto Português. O templo foi construída em 1604 por Francisco Pereira de Castro e terá sido doado pela família deste “ao povo do lugar dos Milagres".
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