sexta-feira, 16 de julho de 2021

"BREJOEIRA" À VENDA

 O Palácio da Brejoeira, em Monção, está à venda por 25 milhões de euros. Há mais de dois anos. Mas uma publicação recente na revista Forbes fez "explodir" o número de interessados na compra.

Segundo Emílio Magalhães, administrador e acionista maioritário do palácio, o preço inclui o imóvel com 1700 metros quadrados, que data de 1806, todo o seu recheio, e um total de 28 hectares de terrenos de cultivo de vinha (17 hectares), de floresta (oito) e de jardins (três). O negócio inclui ainda a marca de vinho Alvarinho "Palácio da Brejoeira", uma das mais antigas da região.

"Já estava à venda há mais de dois anos numa base de confidencialidade. Estávamos com calma e serenidade à procura de investidores. Depois veio a pandemia e as coisas ficaram em 'stand by'. Entretanto, houve alguém que colocou [a notícia] na revista Forbes. Isso disparou toda uma comunicação de que está à venda por 28 milhões de dólares, e a partir daí não conseguimos controlar", contou Emílio Magalhães ao "Jornal de Notícias", referindo que, na sequência da publicação, as propostas de empresas e particulares dispararam e a venda da propriedade "pode mesmo estar iminente". "Não me assiste fazer esse negócio. Está um escritório de advogados mandatado para isso e estamos a avaliar proposta", adiantou.

O Palácio da Brejoeira, antiga Quinta do Vale da Rosa, situado em Pinheiros, Monção, pertenceu a Maria Hermínia d"Oliveira Paes, que morreu em 2015, com 97 anos. Emílio Magalhães é acionista principal da sociedade agora proprietária, que inclui apenas mais um segundo sócio e administra a propriedade. Explica a venda "por uma questão de sucessão". "A sucessão é complicada. Da minha parte tenho filhas noutras áreas que não foram predestinadas para dar continuidade e, para o outro sócio, também isso não estará nas suas opções. Resolvemos em conjunto vender o palácio", disse, manifestando, contudo, vontade que os futuros proprietários da Brejoeira preservem "a sua tradição, prestigio e notoriedade". "Aquilo que eu mais queria era que dessem continuidade. A meu ver, aquilo tem todas as condições para ser um hotel de charme", sublinhou.

O majestoso palácio foi oferecido à anterior proprietária, Hermínia Paes, pelo seu pai em 1937. Foi esta que, pela primeira vez, plantou uva Alvarinho, nos anos 60, na propriedade. O primeiro vinho "Alvarinho Palácio da Brejoeira" saiu para o mercado em 1976.

APF/Jornal de Notícias

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