Nos 10 concelhos do Alto Minho, existem à volta de oito dezenas de agências bancárias, entendidas como instalações de atendimento, dotadas de pessoal habilitado e onde se efetuam a generalidade de todas as operações bancárias. Neste contexto, Monção tem sete agências e é o 5º concelho que as tem em maior número. Existe ainda um promotor, mas não pode ser considerado agência.
Viana do Castelo* está na 1ª posição, com 18 agências na
cidade, 1 na vila de Darque, 4 na vila de Barroselas, 1 em Lanheses e 1 em
Castelo do Neiva. Segue-se Ponte de Lima, com 9 na sede do concelho, 1 em S.
Julião de Freixo e 1 em S. Martinho da Gandra. Vem depois a cidade de Valença*,
com 9, e o concelho de Caminha, com 8 (4 na vila de Caminha e 4 em V. P.
Âncora).
Depois, só existem agências nas sedes de concelho. Após as sete de Monção*, estão 5 em Melgaço, 5 em Arcos de Valdevez, 4 em Ponte da
Barca, 3 em Paredes de Coura e 2 em V. N. Cerveira.
À semelhança do que sucede no resto do país, o Crédito Agrícola é a entidade bancária com mais agências no Alto Minho (16).
Nota, ainda, que, a par da ascensão da banca digital e a entrada de novos agentes (Fintechs e BigTechs) , o fator da emigração (captar as suas poupanças) já não tem a importância que tinha ainda há poucas décadas. Hoje, o potencial económico e industrial do concelho, a par da sua localização e número de habitantes, desempenham o principal e decisivo papel.
FUSÃO ENTRE BANCOS PARA GARANTIR VIABILIDADE
Um estudo sobre os principais desafios para a banca
portuguesa num período pós-pandemia, realizado pela consultora Roland Berger e
conhecido esta semana, recomenda fusões entre os principais bancos nacionais
para garantir a viabilidade do sector.
Além de um número de agências bancárias superior à média
europeia em 58%, a banca nacional caracteriza-se ainda por uma "reduzida
produtividade dos seus colaboradores, acumulação de excessos de liquidez e uma
dimensão reduzida dos bancos portugueses face a outros mercados".
O estudo, que faz uma caracterização das principais
alavancas que vão condicionar a performance dos bancos portugueses, recomenda
ainda a "redução de custos em larga escala" e a criação de um grande
banco nacional.
Numa nota enviada à Lusa, a consultora diz que os bancos
portugueses vão enfrentar "um conjunto significativo" de desafios que
exige a transformação dos seus modelos de negócio.
"A banca portuguesa necessita de uma forte
transformação disruptiva", afirmou o presidente da Roland Berger Portugal,
António Bernardo, citado na mesma nota.
De acordo com este estudo, a banca nacional caracteriza-se atualmente por um "excessivo peso das moratórias na sua carteira de crédito, um rácio de eficiência insuficiente e deterioração da rentabilidade do sector para níveis abaixo do custo de capital, o que cria grandes desafios à capitalização dos bancos".
Para fazer face a este cenário, e de forma a garantir o futuro da banca nacional, o estudo da Roland Berger Portugal aponta várias soluções possíveis, destacando-se "o aprofundamento do processo de consolidação no espaço dos maiores bancos portugueses (onde se encontra, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos, o Millennium bcp ou o Novo Banco), potenciando a criação de um grande banco nacional com ativos no valor de 200 mil milhões de euros".
"Por outro lado, deve ser reforçada a estrutura de
média dimensão, sendo o Crédito Agrícola apontado com um potencial consolidador
bancário", refere a mesma nota.
Como exemplo de bancos médios que o Crédito Agrícola poderia
consolidar, a Roland Berger aponta o Montepio ou o EuroBIC, reforçando a
estrutura de bancos de dimensão média, com ativos entre 80 mil e 120 mil
milhões de euros.
O estudo realizado pela Roland Berger, com o apoio do Centro
de Competências global de Financial Services, aponta também para movimentos de
consolidação entre bancos de pequena dimensão que assegurem um mínimo de massa
crítica no sector, reforçando a estrutura de bancos no intervalo entre 10 mil e
20 mil milhões de euros.
"Também aqui alguns bancos de reduzida dimensão podem
enfrentar desafios a prazo se não crescerem, como o Eurobic ou BNI Europa, e
alguns (como por exemplo o Abanca) podem vir a ser consolidadores e outros
serão consolidados", refere a mesma nota.
Sem comentários:
Enviar um comentário